Mesmo sendo eliminados da Copa do Mundo deste ano na fase de grupos, a Espanha tem sido uma verdadeira força no futebol mundial na última década. É o berço de ótimos jogadores (e do Fernando Torres), mas o interessante do time de futebol espanhol é que ele sempre foi maior que a soma de suas partes. E a Espanha tem muito a oferecer musicalmente também – abaixo vamos dar uma olhada em alguns artistas espanhóis essenciais a partir das últimas décadas
1978
É difícil acreditar agora – com todo o seu domínio ao longo dos últimos anos – que a seleção espanhola não era considerada uma grande força do futebol em toda a segunda metade do século 20. O time La Roja foi apenas qualificado para um grande torneio internacional nos anos setenta, a Copa do Mundo na Argentina em 1978 – e mesmo assim eles foram eliminados na fase de grupos.
Foi nessa época que um dos mais bem sucedidos guitarristas do flamenco espanhol de todos os tempos começou a ganhar popularidade. Em 1973, Paco de Lucía, descrito por Eric Clapton como uma “figura titânica no mundo da guitarra flamenca”, lança um de seus álbuns mais aclamados, “Fuente Y Caudal”. Nesse álbum, a faixa “Entre dos Aguas”, com seu contagiante ritmo de rumba e seus incrivelmente rápidos dedilhados de violão, tornou-se uma de suas músicas mais conhecidas. Paco de Lucía infelizmente faleceu no início deste ano, mas sua influência continuará sendo enorme por muito tempo.
1982
A falta de sucesso no cenário internacional da Espanha não os impediu de sediar a Copa do Mundo de 1982. As esperanças de uma campanha de sucesso eram altas, mas a segunda eliminatória da Espanha colocou-os contra a Bélgica, que claramente não tinha lido o roteiro. A Espanha foi eliminado nos pênaltis, e o gerente espanhol José Santamaría foi demitido logo depois.
No entanto, a música espanhola foi se tornando cada vez mais popular em todo o mundo na época, em grande parte graças a Julio José Iglesias de la Cueva, mais conhecido simplesmente como Julio Iglesias. O mais bem sucedido artista latino de todos os tempos (e ex-goleiro do Real Madrid), conquistou um single de número 1 nas paradas britânicas em dezembro de 1981 com “Volver a Empezar (Begin the Beguine)”. Ele passou a vender mais de 100 milhões de discos em todo o mundo – embora ele nunca mais tenha chegado ao topo das paradas britânicas novamente.
2002
A Copa do Mundo no Japão e Coréia de 2002 foi um outro momento para se esquecer da Espanha – mas desta vez não foi por culpa própria. Depois de vencer todos os jogos em seu grupo e bater a Irlanda na segunda rodada, eles vieram para cima no jogo contra a Coreia do Sul nas quartas de final. Graças a algumas decisões da arbitragem muito questionáveis (longe de ser o único caso em que os co-anfitriões se beneficiam por conta de arbitragem suspeita neste torneio), a Espanha foi eliminada nos pênaltis, depois de ter tido dois gols perfeitamente bons anulados pelo árbitro Egípcio Gamal Al-Ghandour.
Mas nem todas as notícias são ruins. O início do século 21 viu um renascimento mundial da música latina, com Shakira, Jennifer Lopez e Ricky Martin rompendo o mainstream internacional. O maior artista espanhol nesse momento era Enrique Iglesias, que lançou “Escape”, seu segundo álbum em Inglês, em outubro de 2001. Se Enrique Iglesias estava seguindo os passos de seu pai, Julio, até agora, vimos ele indo mais além, conquistando grande espaço nas paradas britânicas tanto com seu single “Hero” quanto com seu álbum “Escape”, simultaneamente – quase exatamente 20 anos depois de “Begin The Beguine”.
2012
Com a vitória no Campeonato Europeu de 2012, seu terceiro grande torneio internacional conquistado, La Furia Roja foi considerado um dos melhores times do século. Com reis do sistema “tiki taka” do jogo – a estratégia mais eficaz de jogo desde o sistema “totaalvoetbal” praticado pelos holandeses nos anos 70 – o time espanhol reinou por mais de meia década, mantendo-se invicto por 35 jogos consecutivos entre 2006 e 2009.
Em 2012, Barcelona estava realmente começando a ser reconhecida no mundo da música, sediando dois grandes festivais internacionais: Sónar e Primavera Sound. Essa grande força começou a surgir a partir de artistas locais, que começaram a se destacar, como o produtor John Talabot, que nesse mesmo ano lançou seu álbum “ƒIN”. Talabot continua sendo até hoje um dos mais talentosos nomes da música eletrônica da década.
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