#SóNaDeezer: Curiosidades dos bastidores da produção do novo podcast “A República das Milícias”

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O autor Bruno Paes Manso conta detalhes sobre o projeto que teve o livro de mesmo nome como inspiração 

Lembra que eu disse que voltaria sempre que tivesse novidades exclusivas para contar? Pois então, cá estou, e é pra falar de um lançamento imperdível na minha plataforma.

O podcast ‘A República das Milícias’, original Globoplay produzido pela Rádio Novelo, chega com tudo, e, se você curtiu ouvir ‘Praia dos Ossos’, que é da mesma produtora,  vai amar esta estreia também. 

Inspirado no livro de mesmo nome, escrito pelo jornalista e pesquisador Bruno Paes Manso, o podcast retrata em detalhes a complexa organização das facções criminosas do Rio de Janeiro. A adaptação para o áudio foi feita pelo próprio autor e a equipe da produtora.

O projeto (exclusivérrimo na minha plataforma), que estreou na sexta-feira (27), marca a primeira parceria do Globoplay com a Rádio Novelo. A  partir de depoimentos de diferentes personagens que convivem direta ou indiretamente com o crime em suas rotinas, Bruno promove uma imersão, apresentando os caminhos que desenharam o cenário generalizado de criminalidade que envolve a cidade do Rio. 

O resultado deste quebra-cabeça mescla, em cada um dos seus oito episódios, elementos do imaginário carioca e “detalhes imaginários” do Rio, passando pelo trem com um trajeto pela Supervia até canções da Bossa Nova, funk e hip hop. Tudo isso dando ritmo e condução ao tema central das milícias.

“O podcast tem muitos depoimentos de pessoas que vivem nos lugares onde as milícias dominam. Elas relatam o problema de viver nesses lugares, a rotina e como acontece o contato com as milícias”, contou Bruno Paes Manso. 

E é claro que bati um papo com ele, que compartilhou mais detalhes sobre o processo de transportar seu livro para o formato podcast, e também os desafios em ser narrador em áudio pela primeira vez. “Passei a fazer exercícios com lápis na boca para destravar a língua”, Bruno contou. 

Tá vendo só? Entrega total! Confira outras curiosidades exclusivas sobre este lançamento, no nosso papo abaixo:

D: Bruno, o que você pode me contar sobre o processo de pesquisa para o podcast? Rolaram muitas mudanças com relação ao livro? 
B: O podcast tem muitos depoimentos de pessoas que vivem nos lugares onde as milícias dominam. Elas relatam o problema de viver nesses lugares, a rotina e como acontece o contato com as milícias. Isso é uma coisa que eu tinha tido muita dificuldade na apuração do livro e conseguimos acessar agora. Temos histórias muito emblemáticas sobre o problema que é viver nesses bairros. Outra coisa que acho bem interessante é a participação de depoimentos de policiais que tiveram ligação com a história da segurança pública do Rio.  Também conversamos com alguns personagens marcantes do documentário ‘Notícias de uma Guerra Particular’, dirigido por João Moreira Salles e Kátia Lund, que é fundamental para a história do Rio de Janeiro. E é legal ouvir os relatos deles 20 anos depois.    
 

D: Como foi o processo de produção? Levou bastante tempo para chegar no resultado que planejaram?
B: Atuo há 20 anos como pesquisador na área de violência, eu tinha escrito antes um livro sobre o PCC e, depois, o livro sobre as milícias. Esse livro das milícias está muito ligado a esses 20 anos de pesquisa que eu já venho fazendo. Eu comecei propriamente a apurar para o livro em 2019, e publiquei em outubro de 2020, então foi um processo de dois anos… Foi neste ano (2021), no primeiro semestre, que começamos novas pesquisas, novas entrevistas, fizemos as viagens para o Rio e estamos finalizando os episódios agora. O episódio cinco já gravamos, e estamos escrevendo o seis e o sete. Acho que, ao todo, vai dar uns oito meses de produção e de apuração para o podcast.

D: Você contou que de repente se viu como narrador pela primeira vez, e está mandando muito bem! Me conta, você fez algum tipo de treinamento específico de locução para para realizar esse trabalho?
B: Passei a fazer exercícios com lápis na boca para destravar a língua. O primeiro episódio que eu gravei, a gente não usou. Já no segundo e terceiro episódio fui pegando mais o jeito. A Paula Scarpin (da Rádio Novelo) passou a me dirigir, me deu vários toques, e voltei a gravar o primeiro. Estava bem menos travado. Foi um frio frio na barriga, um processo de muito aprendizado. 


D: Queria te pedir um spoiler, posso? Qual o seu episódio predileto?
B: Gosto muito do 4, focado no tráfico de drogas. Desde o crescimento do tráfico, tem a entrevista com um senhor das armas, tem conversas com traficantes que contam histórias incríveis. Gosto mesmo de todos. Eu realmente fiquei muito envolvido pelas histórias relatadas.

D: Você deve ter pesquisado bastante o universo dos podcasts. Quais suas referências principais no formato e quais são seus favoritos?
B: Principal referência nossa é o ‘Praia dos Ossos’. É uma referência, porque o podcast parte de um crime que aconteceu, o da Ângela Diniz, e reflete muito sobre a sociedade em diferentes momentos. ‘A República das Milícias’ também tem um pouco essa pegada. Ele vai contar a história da formação das milícias, dos esquadrões de morte e do tráfico de drogas. Vai refletindo com o ouvinte durante a história. Ele não é sobre a investigação policial, mas sobre a história das pessoas envolvidas e sobre aquele cenário. Fora isso, eu gosto muito de podcasts que contam boas histórias e que te amarram pelos personagens ou pelo envolvimento com a trama. Gostei do Slow Burn, da revista Slate, caso Watergate. Um caso bastante conhecido, mas ele pega vários personagens de diferentes momentos e tenta explicar a partir de tantas histórias por que Watergate levou tanto tempo pra chamar atenção do americano – porque levou um ano e meio pros jornalistas emplacarem e eles mostram o exato momento que isso vira pauta. Também gosto muito de podcasts de música, de notícias.

Clique aqui e ouça agora o podcast “A República das Milícias”

Bom, deu pra ver que o trabalho de concepção e produção deste projeto foi extenso, mas completamente satisfatório, né? Pode soar suspeito vindo de mim, mas eu tenho que reconhecer a beleza dos meus exclusivos, e também o talento de todos os meus parceiros que fazem tudo isso acontecer.

Se você ainda não conferiu, corre dar o play no podcast “A República das Milícias”, ainda mais agora que você já sabe vários detalhes dos bastidores. Garanto que vai ser ainda mais incrível acompanhar esse lançamento. Vai por mim! 😉