Entre histórias que costuram sua vida dentro e fora dos palcos, Zeca Baleiro revela que dentre todas suas dúvidas, sabia que teria um lugar na música

Em podcast ‘Essenciais’, exclusivo da Deezer, apresentado por Roberta Martinelli, o cantor deu detalhes exclusivos sobre sua carreira.

                                                                                    Foto: Claudia Jaguaribe

“Por isso hoje eu acordei com uma vontade danada / De mandar flores ao delegado / De bater na porta do vizinho e desejar bom dia /  De beijar o português da padaria”. 

Se você também faz parte do grupo de pessoas que já cantou errado a letra de “Telegrama”, saiba que isso não seria nenhuma surpresa para Zeca Baleiro, que reconheceu a “estranheza” da letra da música no podcast “Essenciais”, original da Deezer.

Em papo sobre a trajetória da sua carreira, Zeca celebrou um dos maiores sucessos do disco “Pet Shop Mundo Cão”, de 2002. “Eu nunca pensei que ela ia ser um megahit porque ela tinha uma certa estranheza.”, relembra o cantor ao falar da música “Telegrama”. Mas apesar do sucesso, o artista pondera “Pouca gente canta direito, porque ela tem uma coisa rítmica da letra ser maior que a melodia.”.

Contando sobre curiosidades de sua vida, José Ribamar Coelho Santos, nome real de Zeca Baleiro, revelou que aprendeu a tocar violão com 14 anos e que não gostava do apelido de “Baleiro” que ganhou por alguns colegas por sempre estar carregando balas e chicletes no bolso. 

Morando em São Paulo, Zeca, que nasceu no Maranhão, se tornou amigo de vários artistas da música, como o compositor Chico César, dirigiu alguns shows, trabalhou em estúdios, fez algumas trilhas para teatro e produziu sua primeiro demo com pouca grana e com a ajuda de vários amigos. 

O primeiro disco do artista saiu em 1996 como uma aposta discreta e fez grande sucesso entre o público. Em 1999, Zeca lançou seu segundo disco “Vô Imbolá”, com referências da sua origem maranhense. Após esse álbum, o cantor saiu em turnê por 3 anos fazendo shows intensos com alto investimento rítmico e uma banda com vários músicos. 

“Chegou uma hora que falei: ‘cara to cansado’. Precisei voltar para um lugar de silêncio, observação, esvaziar e ir para um lugar essencial, aquilo me cansou um pouco, fiquei um pouco atordoado”, explica Zeca, que após a turnê lançou o álbum “Líricas”, com a canção “Quase Nada”, mais um sucesso de sua carreira.

Em 2012, o artista fechou um contrato com a gravadora Som Livre. “Recebi uma proposta interessante em termos de grana e liberdade criativa” e lançou o álbum “O Disco do Ano”, ao mesmo tempo que começou a produzir o seu projeto infantil “Zoró”, lançado em 2014. 

O cantor também deu alguns detalhes das dificuldades do processo de gravação do álbum, devido ao momento político da época e à morte de vários amigos. “Era Domingo”, de 2016: “Foi feito em uma atmosfera de muita tristeza, o disco é um registro instantâneo daquele momento, não tem como ser diferente, o “Eu” que estava ali era aquele. Minha voz estava mais triste, foi difícil cantar algumas coisas. Mergulhar nesses lugares mais escuros é até como uma forma de buscar redenção.”

O último lançamento de Zeca foi o álbum “Canções d’Além-Mar”, que homenageia autores portugueses e recebeu boas críticas dos fãs e dos compositores das canções.

Ao ser perguntado se imaginava que se tornaria um artista fundamental para a música brasileira, Zeca finaliza: “Não, não sabia e nem sei se sou, mas sabia que teria um lugar. Fiquei mto tempo no estaleiro, gravei com mais de 30 anos, mas eu tinha uma convicção que eu ocuparia um lugar.”

Ficou curioso para ouvir mais detalhes da trajetória desse grande artista? Clique aqui e ouça o novo episódio do podcast “Essenciais” da Deezer.