‘Por que a gente é assim?’ Frejat compartilha sua trajetória em podcast original da Deezer

Desde o primeiro álbum comprado até sua saída do Barão Vermelho e os desafios da carreira solo, o cantor relembra diversos momentos da sua vida nesta edição do Deezer Essenciais

Roberto Frejat, ou simplesmente Frejat, como é mais conhecido, é uma das grandes vozes do rock nacional, com uma carreira marcada pelo sucesso junto à banda Barão Vermelho. Sempre inovador, não poderia deixar de ser o primeiro artista a participar do Deezer Essenciais por meio de uma gravação à distância. “É uma experiência nova para todo mundo”, se diverte.

Com interesse precoce pela música, Frejat conta que tinha quatro anos quando pediu o primeiro disco, na época LP, para o seu pai comprar: o Rubber Soul, dos Beatles. “Alguns anos depois, quando eu estava por volta dos meus 9 anos, virei roqueiro mesmo,” conta. Dessa paixão pela música veio a vontade de tocar um instrumento. Logo depois pediu ao seu pai para aprender a tocar violão. 

Durante sua fase de aprendiz, Frejat passou por diversas bandas, mas considera que sua carreira musical começou de verdade quando se juntou ao Barão Vermelho, banda criada por Guto Goffi e Maurício Barros. “Quando me chamaram, eles já tinham um show marcado na Feira da Providência”, relembra. 

O quarteto começou a praticar enquanto buscava por um vocalista. Léo Jaime chegou a conhecer a banda, mas como já tinha outros projetos em andamento, recusou a proposta, indicando Cazuza para o posto. Que sorte a deles. O show acabou não dando certo, mas isso não estragou em nada os planos dos jovens músicos – o grupo estava tão animado com o som que produzia que decidiu seguir em frente com o Barão Vermelho. 

Aliás, sobre o nome da banda, Frejat conta que passou um mês junto com o Cazuza tentando encontrar algo diferente. “Não achamos nada melhor e uma hora desistimos”, diz, enquanto dá risada. 

Em 1982, foi lançado o primeiro disco do Barão Vermelho. Das músicas lançadas, Frejat afirma ter um carinho muito grande por ‘Todo Amor Que Houver Nessa Vida’. “Eu acho que a letra dela é muito especial e muito profunda para uma pessoa de 22 anos, que era a idade do Cazuza na época”, explica. Um clássico do grupo, a música foi gravada também por muitos outros artistas, como Caetano Veloso, Gal Costa e Cássia Eller.

Com o sucesso da banda em ascensão, em 1984 o grupo lançou o disco ‘Maior Abandonado’, com a famosa ‘Bete Balanço’. Originalmente escrita para o filme de mesmo nome escrito e dirigido por Lael Rodrigues, a música se tornou um outro grande sucesso do grupo.

Em 1985, Cazuza saiu do Barão Vermelho. No ano seguinte, a banda lança ‘Declare Guerra’, o primeiro disco com Frejat no vocal. “Esse disco é um marco de um desafio, não só meu, de tentar construir um repertório com qualidade”, explica. “No momento em que eu comecei a cantar, vimos que não era a mesma coisa, mas dava para seguir. Agora, na parte de letras, a gente teve anteriormente o privilégio de contar com o maior letrista da nossa geração, na minha opinião”, afirma o cantor.

A saída de Cazuza da banda não significou, no entanto, o fim da parceria entre os músicos. Em 1989, o Barão Vermelho contou com a participação do cantor e de Ezequiel Neves na música ‘Por que a gente é assim?’, do álbum “Barão ao Vivo”. “Essa música é um clássico e esse disco muito importante para registrar a nova sonoridade da banda”, diz Frejat.

Um ano após o lançamento dessa grande música, Cazuza faleceu. Antes de sua morte, Dulce Quental e Frejat compuseram ‘O Poeta Está Vivo’ como homenagem após seu regresso de Boston, onde quase morrera. “Ela foi feita para ser uma homenagem ao Cazuza, que tinha voltado vivo, mas quando conseguimos lançar ele já tinha falecido”, lamenta o cantor.  

A partir de 2001, Frejat começou a se aventurar na carreira solo, mas afirma que descobrir qual era o seu som fora do Barão Vermelho foi outro grande desafio. Em 2017, resolve sair do Barão Vermelho e lança em 2020 ‘Ao Redor do Precipício’, seu quarto projeto solo. “Esse disco me deu um prazer muito grande, acho que fazia tempo que eu não entrava num estúdio e me divertia tanto”, conta.

Ficou curioso e quer saber mais sobre a trajetória do Frejat dentro e fora do Barão Vermelho? Ouça o episódio completo aqui.